domingo, 26 de julho de 2009

2 - Sobre a personalidade e a morte.

2 - Sobre a personalidade e a morte.
Quem é? Quem é que acorda e dorme numa cadência destituída de tempo e espaço? Quem? Quem é? Que se alegra com a luz do dia e se enaltece com os mistérios noturnos? Responde com obstinação: sou eu!
Sou eu que danço efusivamente as músicas da minha vida, as situações pelas quais perpasso com elegância e certa peculiaridade, pois minha alma foi de tal modo projetada por minha psique no decorrer de todos os anos de minha vida que acabei por formar uma peculiaridade fora do comum, um diferencial que me deixa alegre, pois assim sou porque sou totalmente “eu”. Já repararam os senhores que quando crianças somos todos muito similares? De maneira efetiva hoje percebo com bastante claridade que esta certa característica, que quando jovens esvai-se um pouco e logo de maneira avassaladora se deixa dominar pelas peculiaridades, deixa a impressão de uma ignorância total, e por isso um ar meio pateta. O mito da caverna poderia ser citado, não vejo lá tanto alarde, pois faz parte de um processo localizado dentro das leis naturais: O homem nasce igual e finaliza com uma pessoalidade total, será teatral a personalidade? Talvez haja esta probabilidade, representamos em nossas vidas o que nos torna únicos: a personalidade!
Embasbacado, estupefato, até alardeado com as novidades! Que são isto as personalidades? Ora estas, se é certo que são representações criadas ao longo de décadas é certo dizer que se criadas foram não são lá umas coisas muito naturais, pois tudo que o homem inventa têm a fama, a propensão a ser umas coisas artificiais, industriais, destrutivas e por isto detestadas pelos ambientalistas. Não, louco não estou, a verdade é que criações impróprias perecem, e as dignas se mantém: é assim que personalidades fracas sempre se submetem às fortes.
O ideal de personificação humana é o mesmo, aplausos por favor, pois sabe-se que sendo o ideal igual não há, dentro do que seria mais adequado, qualquer diferença. Voltaríamos a ser crianças? Sem a noção precisa de individualidade e com um ingenuidade descomunal. Destino humano: Qual será?
Quem és tu? Por que reclamas tanto de tua ínfima vida? Sabe quantas? Quantas galáxias esvoaçam e pairam aí em cima da tua cabeça, é... Também por teus lados e até abaixo de teus pés, este universo voa por todos os lados. Quê pensar disto? Eu, particularmente, peremptoriamente emito minha opinião pessoal, mas não precisa levar em consideração, é algo bastante pessoal: Mudo convictamente a opinião, a percepção que de min tenho quando vejo tantas coisas ao redor, quando assimilo dos outros sentimentos, conhecimentos, e até opiniões particulares, mesmo que não tenham lá muita concordância com as minhas. Não é isto o mundo? Uma salada total, mistura de cores, sabores, gostos e odores... Se nesta mistura não houvesse certo conjunto, certa harmonia seriamos todos imerso em nós mesmos de tal maneira que os outros não seriam sequer vistos.
Me contrario? Claro, leis da dialética... Se o pensamento funciona por contrariedade noto estar pensando quando crio idéias antagônicas. Vamos então conduir que há um mínimo do máximo que é extravasado que é absorvido pelos que te cercam... Interpretou? Claro, evidente que sim, ao teu modo por certo, segundo tuas convicções, interesses, crenças e idéias. Aquele que julga transmitir com exatidão aquilo que pensa é ou louco ou desmiolado, até mesmo em conjunto as duas características podem estar posicionadas. Como que para todas as regras hão de existir certas exceções é justo não aplicar tais aserções na matemática ou geometria. Estas escapam, mas não a filosofia, esta é aliás a que mais longe está de uma definição precisa, óbvia ou das percepções e interpretações únicas e evidentes.
Quê há na vida que não deve ser esmiuçado? Poderias tu alguma coisa? É fato que até nas coisas fúteis, supérfluas, banais, e mesmo destituídas de importância ou retrógradas e malévolas encontramos os sentidos mais profundos e relacionados com a essência humana. Assim está que tudo é importante. Há o interesse de saber quem sou, este é o interesse mais importante, pois aí tomarei qualquer partido, definirei metas e trabalhos a fazer, mas se, acaso todavia não sei quem sou, ou de quê sou constituído como poderei saber quê fazer? É assim que as perguntas mais constantes de nossas vidas devem estar dentro desta perspectiva.
Até que ponto pode ser o ser humano ingênuo? De olhar diante de si e não enxergar, ou fazer que não vê. A morte por exemplo deveria ser uma questão para todos os dias, deveria nos acompanhar em todos os momentos. Concordam comigo? Não será o acontecimento mais extraordinário de nossas vidas? A maior mudança que pode acontecer numa vida é seu próprio fim, e isto deve mexer, incitar um inquietamento tão forte no ser humano, que se de fato ele não fosse ingênuo ele iria nisto pensar à todo instante, tempo precioso como as mais valorosas situações da vida seriam despendidos com divagações à respeito do fim da trilha. E de forma obstinada fervilhando em pensamentos constantes e quase que alucinados ele correria atrás da solução dos enigmas da morte, enquanto não solucionar não haverá descanso. Isto é na minha opinião o que mais faria sentido numa pessoa instituída de bom senso e razão clara. Viver fugindo disto é o mesmo que carregar um grande peso na consciência sem se dar conta e não saber os porquês de ser acometido de pesadas e terrificantes dores de cabeça.
A solução não será fácil, como todos os enigmas não o são. Haverá muito trabalho, muito estudo, muita dedicação, labor e até sofrimento pois é difícil chegar à uma solução derradeira sem antes haver cometido alguns erros. Morte! Nossos esteriotipos estão de tal maneira formulados que a palavra em si, o mero ato de formula-la ou cita-la em voz alta e clara chega a causar certo desconforto. Me diga você uma coisa, considerando com antecedência, que aqui extirpo quaisquer sentimentalismos, por mais belos ou emocionantes que sejam, e todo o misticismo e dogmatismo, se acaso tu hoje e agora tivesse através de algum meio a possibilidade, a oportunidade, um meio de ter certeza das respostas seguras ao enigma da morte, qual seria tua reação, a tua satisfação em saber que o fim é verdadeiro, que farias do que te resta de vida? É trágico? Se ter certeza que há um fim que acaba é algo trágico em que proporção esta situação é diferente em viver numa dúvida constante, numa incerteza à este respeito? Viver na incerteza acaso não é pior que já saber algo? Se irás fazer uma viagem, a título de exemplo, e eu puder dizer o que encontrei no lugar de teu destino porque lá já passei, ou se você for sem nada saber: Qual é a tua preferência? Saber de algo sobre o lugar de destino ou obumbrar a tua razão, a tua inteligência e começar a viajar como quem foge ao conhecimento do próprio destino.
Eis que é esta é a atitude que muitos de nós cometemos durante a vida, fugimos às questões mais íntimas de nosso consciente profundo. Esta fuga é causada por um medo do desconhecido e repercute num homem ignorante e despreparado para viver sua vida, pois quem não têm os conceitos filosóficos mais importantes sobre a vida e sobre a morte muito bem definidos é pessoa despreparada para resolver e vivenciar as diversas situações que a vida se lhe oferece.
Resolve pois as tuas questões homem do mundo, pois o tempo acaba e se antes disto tu não te resolves tudo isto teu caminho será torto e incerto, como quem caminha numa escuridão fingindo que está com passos firmes, mas que no íntimo treme por não saber em que solo pisa ou por onde anda.
Quem é? Quem é que acorda e dorme numa cadência destituída de tempo e espaço? Quem? Quem é? Que se alegra com a luz do dia e se enaltece com os mistérios noturnos? Responde com obstinação: sou eu!

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